Sophia Antipolis, 14 de setembro de 2012: Apesar de campanhas de prevenção bem-sucedidas que vêm reduzindo fatores de risco como o tabagismo, a doença cardiovascular (DCV) continua sendo a primeira causa de morte no Brasil, com uma taxa de 32%. O consumo de tabaco e a redução do sal na dieta são alguns fatores de risco que serão discutidos durante o 67° Congresso Anual da Sociedade Brasileira de Cardiologia (1), o maior evento de cardiologia da América Latina, que será realizado no Recife entre 14 e 17 de setembro de 2012. A Sociedade Brasileira de Cardiologia possui cerca de 13.000 membros e é uma sociedade filiada à Sociedade Europeia de Cardiologia desde 2009.
O Brasil desenvolveu-se rapidamente, melhorando vários aspectos da vida da população do país, mas a transição de uma sociedade rural para uma sociedade urbana modificou padrões alimentares e de exercícios físicos, aumentando as incidências de obesidade, diabetes e dislipidemia nos 185 milhões de habitantes do país. O aumento da mortalidade cardiovascular no Brasil foi 3,5 maior que em outros países em desenvolvimento, (2) o que torna a prevenção da DCV uma questão urgente. As Instruções Europeias sobre Prevenção da DCV (3) recentemente atualizadas farão parte da sessão educacional de um dia (4) apresentada em Recife por um membro-sênior da ESC junto com representantes da sociedade anfitriã. As diretrizes foram reformatadas para ajudar a disseminar a informação junto às pessoas que mais precisam dela: profissionais de saúde que trabalham na área, políticos e o público em geral.
“A maioria das mortes por DCV poderia ser evitada se algumas intervenções simples fossem amplamente adotadas, como parar de fumar, melhorar a dieta e praticar mais atividades físicas. As evidências de que a DCV é provocada por fatores de risco modificáveis vêm de ensaios clínicos e estudos de observação na comunidade”, disse o Professor Panos Vardas, presidente da ESC e chefe da delegação europeia no Brasil. “Estamos promovendo essas e outras diretrizes da ESC no Brasil. Nossa agenda (4) inclui também destaques do Congresso da ESC de 2012, as últimas informações das sessões sobre diagnóstico e tratamento da doença cardiovascular e “Encontros com Especialistas” em que os cardiologistas apresentarão estudos clínicos recentes que influenciarão a prática médica.”
Nos últimos anos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia também vem buscando mais colaboração internacional. Jadelson Pinheiro de Andrade, presidente da Sociedade, afirmou:
“Nós achamos que esse será o congresso mais internacional que já realizamos. Estamos felizes por poder receber as sessões da ESC novamente. O intercâmbio com nossos colegas europeus é estimulante e esperamos colaborar em projetos relativos a registros e pesquisas no futuro”.
O Comitê de Atividades Científicas Globais da ESC foi criado para atender à demanda de fora da Europa por informações e conhecimentos científicos da ESC, estreitar relações com sociedades de cardiologia de outros países e expandir a missão da ESC para além das suas fronteiras tradicionais.
“Colaboração internacional é um objetivo central da ESC. Há disparidades significativas e preocupantes na forma como a DCV é diagnosticada e tratada, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Para cumprir nossa missão de reduzir o impacto da DCV, precisamos ultrapassar fronteiras, trocar experiências e promover a educação e a pesquisa no campo cardiovascular”, concluiu o Prof. Vardas.